Acusado de matar mulher e tentar forjar suicídio é alvo de operação com apreensão de 40 automóveis no Piauí
Polícia recolheu mais de R$ 50 milhões em bens de suspeitos presos O empresário Eliésio Marinho da Silva, acusado de matar a esposa e tentar forjar que ela ...

Polícia recolheu mais de R$ 50 milhões em bens de suspeitos presos O empresário Eliésio Marinho da Silva, acusado de matar a esposa e tentar forjar que ela cometeu suicídio, foi preso nesta quinta-feira (31), suspeito de lavar dinheiro para uma facção em Teresina. A prisão aconteceu no âmbito da Operação Capital Oculto, que cumpriu 76 ordens judiciais em todas as zonas de Teresina e apreendeu cerca de 40 automóveis, alguns de luxo, além de determinar o bloqueio de R$ 53 milhões em bens dos investigados. ✅ Siga o canal do g1 Piauí no WhatsApp Até a última atualização desta reportagem, outras 14 pessoas envolvidas em esquemas de lavagem de dinheiro — que operavam por meio de locadoras, farmácias e lojas de veículos de luxo — já haviam sido presas. A prisão mais recente ocorreu na manhã de sexta-feira, 1º de agosto, e teve como alvo Kesia Jaqueline Virginia dos Santos Amorim. Ela foi detida em seu local de trabalho, uma casa lotérica localizada nas proximidades da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Segundo a polícia, Kesia responde a cinco procedimentos criminais: um boletim de ocorrência, dois inquéritos e dois processos — um por colaboração com organização voltada para o tráfico de drogas e outro por tráfico. Loja de empresário seria usada como fachada Empresário Eliésio Marinho, acusado de matar a esposa, foi preso nesta quinta (31), suspeito de lavar dinheiro para uma facção em Teresina Divulgação/Polícia Civil Eliésio Marinho é empresário do ramo de automóveis e foi capturado dentro de sua loja na Avenida Barão de Gurgueia, que, segundo a investigação, seria usada como fachada para a movimentação financeira ilícita da facção. "Esse esquema criminoso era alimentado pela lavagem de dinheiro do tráfico de drogas feito pela organização criminosa e contava também com fraudes bancárias", apontou o delegado Samuel Silveira, coordenador do Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc). Operação Capital Oculto A Polícia Civil apreendeu cerca de 40 automóveis, alguns de luxo, documentos e dinheiro em espécie durante a operação desta quinta-feira (31). Segundo o delegado Samuel Silveira, os veículos são frutos de lavagem de dinheiro. " Um dos modus operandi do tráfico de droga e das facções é as lavagem de capitais por meio da compra e venda de veículos, esses automóveis são indícios desses delitos", informou. Operação apreende cerca de 40 veículos de luxo em Teresina Vitória Bacelar/g1 Piauí Além disso, a Justiça também determinou o bloqueio de R$ 53 milhões em bens que pertencem aos investigados. Ainda segundo o delegado, a operação realizou o total de 265 procedimentos, entre investigações e ações penais, cerca de nove procedimentos por indivíduos. Ele ressaltou que ainda há envolvidos para serem presos no âmbito da investigação . Operação apreende cerca de 40 veículos de luxo em Teresina Ravi Marques / TV Clube Segundo o delegado Samuel Silveira, os suspeitos fazem parte de uma célula comandada por Alandilson Cardoso, namorado da vereadora Tatiana Medeiros (PSB) e preso por tráfico de drogas desde novembro de 2024. "Os fatos foram apurados em um período em que ele ainda estava em liberdade, mas o funcionamento da facção era continuado", explicou o coordenador do Denarc. Sobre o feminicídio Kamila Carvalho do Nascimento foi encontrada morta com um tiro na cabeça na madrugada do dia 20 de outubro de 2023, na residência em que morava, no bairro Nova Brasília, Zona Norte de Teresina. Segundo a Polícia Militar, uma pistola foi encontrada próximo ao corpo da vítima com o gatilho travado. A morte de Kamila foi tratada inicialmente como suicídio, mas o resultado do laudo cadavérico constatou que o tiro foi disparado a longa distância. Ou seja, indicou que a própria vítima não poderia ter disparado o tiro. Com isso, o então marido dela, Eliésio Marinho, tornou-se suspeito e foi preso temporariamente. Kamila Carvalho do Nascimento foi encontrada morta com um tiro na cabeça em Teresina Reprodução O homem foi denunciado pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, fraude processual e posse ilegal de arma de fogo de uso restrito. A denúncia foi oferecida pelo Ministério Público do Piauí (MP-PI). Segundo o órgão, as qualificadoras do homicídio são: motivo torpe; recurso que impossibilitou a defesa; contra a mulher por razões da condição do sexo feminino (feminicídio). Na peça, foi citada ainda violência doméstica e familiar; feminicídio praticado na presença de descendente – a filha do casal, de 4 anos, presenciou o crime; e o emprego de arma de fogo de uso restrito. No dia 13 de junho deste ano, a juíza Maria Zilnar Coutinho Leal, da 2ª Vara do Tribunal Popular do Júri da Comarca de Teresina, determinou que o acusado seja julgado pelo Tribunal do Júri. Ainda não há data para o julgamento. Empresas de fachada Segundo investigação da Polícia Civil, por meio de consulta à Receita Federal, 7 empresas de fachada eram usadas no esquema de lavagem de dinheiro. Confira detalhes sobre elas abaixo: EMS Empreendimentos é de propriedade de Eliesio, a única das empresas de fachada que realmente trabalhava com a função indicada, mas que há suspeita de lavagem de capitais. Diagrama de esquema de lavagem de capital entre Alandilson e Eliesio Reprodução / Polícia Civil I K Retoques era supostamente uma empresa do ramo automotivo, de propriedade de Alandilson, mas que jamais exerceu essa função no local informado, assim como os empreendimentos RD Motors Coletas e Entregas, de domínio de Raimundo Nonato Silva, e Extourado Veículos, de Deivison Lima. Todos os citados foram presos na operação policial por envolvimento com a lavagem de dinheiro encabeçada por Alandilson. Santos Construções, registrada desde 2009, tinha um proprietário laranja chamado Pedro Paulo Borges, mas seu dono de fato era Deivison Lima. Essa empresa também não apresentava índicios de funcionar na especialidade comercial indicada. Outra empresa em nome de Deivison era a Farmácia Econômica, que tinha outra empresa farmacêutica funcionando no local, mas que não apresentada vínculo com a registrada originalmente. Outra empresa supostamente utilizada para fins ilícitos era a de posse de Rodolfo Moura, chamada RM Pousada e Turismo, que transicionava com Alandilson. VÍDEOS: assista aos vídeos mais vistos da Rede Clube